Imagem real de Plutão registrada pela sonda New Horizons

Por que Plutão foi rebaixado a planeta anão?

Em 2006, a ciência reescreveu os mapas do sistema solar. Plutão, que por décadas foi o nono planeta, perdeu seu status e passou a ser classificado como planeta anão. Mas o que motivou essa mudança? Quais critérios foram decisivos? Entenda por que Plutão foi rebaixado e o que isso revela sobre a constante evolução do conhecimento científico.

A polêmica do nono planeta

Plutão foi descoberto em 1930 e, por mais de sete décadas, foi ensinado como o nono planeta do sistema solar. Apesar de pequeno, gelado e com uma órbita irregular, ele figurava nas enciclopédias, livros escolares e até mesmo no imaginário popular como um verdadeiro planeta.

Mas em 2006, a União Astronômica Internacional (UAI) tomou uma decisão histórica que redefiniu o conceito de planeta. Como resultado, o antigo nono planeta foi reclassificado, o que provocou reações fortes no mundo todo — da comunidade científica ao público geral.

Plutão, representação visual

O que define um planeta?

A UAI estabeleceu que, para ser considerado um planeta, o corpo celeste deve cumprir três critérios:

  1. Estar em órbita ao redor do Sol.
  2. Ter massa suficiente para se manter em forma aproximadamente esférica.
  3. Ter “limpado sua órbita”, ou seja, ser gravitacionalmente dominante em sua região.

O pequeno mundo descoberto por Clyde Tombaugh cumpre os dois primeiros, mas falha no terceiro. Ele divide sua órbita com inúmeros objetos do Cinturão de Kuiper, uma região repleta de corpos gelados além de Netuno.

Essa foi a base da reclassificação que causou tanto alvoroço: não era mais possível chamá-lo oficialmente de planeta.

Sistema solar e planetas

A descoberta de Éris e a mudança de paradigma

O que precipitou essa mudança foi a descoberta de Éris, em 2005, um corpo celeste com tamanho e massa semelhantes — ou até superiores — ao do então nono planeta. Se o pequeno mundo fosse mantido como planeta, Éris e outros corpos similares também teriam que ser incluídos.

Foi nesse contexto que surgiu a necessidade de criar a categoria “planeta anão”, na qual se encaixariam objetos que cumprissem os dois primeiros critérios, mas não o terceiro.

Além do antigo planeta, foram incluídos na nova categoria: Éris, Makemake, Haumea e Ceres.


A missão New Horizons e novas perspectivas

Em 2015, a sonda New Horizons, da NASA, fez um sobrevoo histórico pelo planeta reclassificado, revelando uma complexidade surpreendente.

A missão mostrou montanhas de gelo, planícies lisas e indícios de atividade geológica. Confirmou-se também a existência de uma atmosfera fina composta por nitrogênio, metano e monóxido de carbono. As descobertas reacenderam o debate sobre seu status planetário.


Reação global e controvérsias

A decisão da União Astronômica Internacional gerou críticas de diversos cientistas, incluindo Alan Stern, líder da missão New Horizons. Muitos questionaram a definição de planeta adotada pela UAI e a baixa participação dos membros na votação.

O público geral também reagiu: campanhas e petições online foram criadas em defesa do antigo planeta. Frases como “Ele ainda é um planeta no meu coração” tornaram-se populares.


Curiosidades sobre o pequeno mundo gelado

  • Seu diâmetro é de apenas 2.376 km.
  • Ele possui cinco luas; Caronte é a maior e forma um sistema binário com ele.
  • Um dia lá dura 6,4 dias terrestres.
  • Um ano equivale a 248 anos na Terra.
  • Ele gira em sentido retrógrado.

O valor científico da nova categoria

Mesmo após a reclassificação, o planeta anão manteve sua relevância. Estudos mostraram que ele é geologicamente ativo, possui atmosfera e apresenta características únicas.

Ele também desempenhou papel fundamental para que a ciência olhasse com mais atenção para o Cinturão de Kuiper.


Reclassificações na história da astronomia

Mudanças como essa já ocorreram antes. Ceres, por exemplo, foi considerado planeta ao ser descoberto, mas depois foi reclassificado como asteroide e, mais tarde, como planeta anão.

A ciência está em constante evolução. Com novas descobertas, antigas definições podem se tornar obsoletas.


Poderá ele voltar a ser planeta?

Alguns cientistas propuseram em 2017 uma definição mais ampla de planeta, que incluísse corpos com atividade geológica e atmosfera. Se adotada, o antigo nono planeta voltaria a ser considerado planeta, junto com outros mais de 100 objetos.

Porém, essa proposta ainda não foi aceita oficialmente pela União Astronômica Internacional.


O legado de Plutão

O rebaixamento não apagou a importância desse corpo celeste. Ele continua sendo um símbolo da constante revisão do conhecimento científico. Seu estudo ajudou a redefinir os limites do sistema solar e a entender melhor os corpos transnetunianos.


Cultura pop e carinho do público

Mesmo reclassificado, ele não saiu do imaginário coletivo. Aparece em desenhos animados, livros e filmes. O personagem Pluto, da Disney, foi batizado em referência ao nome do planeta, logo após sua descoberta.


Um caso que representa a essência da ciência

A história desse planeta anão nos lembra que a ciência é dinâmica. A cada nova descoberta, os paradigmas são desafiados. E é justamente essa capacidade de revisão que faz da ciência um instrumento tão poderoso.


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Referências do texto e das imagens

Plutão: o nono planeta que virou planeta anão
Fonte: Space.com

Você não vai gostar das consequências de tornar Plutão um planeta novamente
Fonte: Forbes

Fatos sobre Plutão
Fonte: NASA

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