Os experimentos de Cleve Backster
Os experimentos de Cleve Backster ganharam destaque na década de 1960 ao sugerirem algo surpreendente: que as plantas teriam algum tipo de percepção ou até consciência. Backster, especialista em polígrafo (detector de mentiras), trabalhava com técnicas de análise de resposta emocional em humanos. No entanto, em um momento de curiosidade, decidiu conectar seu equipamento às folhas de uma planta doméstica — uma dracena — para verificar se havia alguma forma de atividade elétrica nas plantas semelhante à humana.
Para sua surpresa, ao imaginar que queimaria uma das folhas da planta, o polígrafo registrou uma reação intensa. E o mais curioso: ele não chegou a causar dano real à planta — foi apenas uma intenção. Intrigado, Backster iniciou uma série de outros testes em diferentes plantas e contextos. Ele passou a expor plantas a estímulos físicos, como água quente, corte de folhas, e até agredir uma planta próxima, observando reações bioelétricas semelhantes em várias situações.
As respostas do polígrafo não apenas ocorriam quando havia dano direto, mas também quando a ameaça era apenas imaginada ou direcionada a outras plantas próximas. Isso levou Backster a levantar a hipótese de que as plantas seriam capazes de captar intenções e emoções, uma ideia que desafiava completamente os paradigmas da biologia convencional.

A ideia da “percepção primária”
Com base nesses experimentos, Cleve Backster cunhou o termo “percepção primária”, para descrever esse fenômeno. Segundo ele, essa percepção seria um tipo de comunicação bioelétrica não limitada ao tempo e espaço, ocorrendo de forma quase telepática entre plantas e, possivelmente, outros seres vivos. Essa teoria, obviamente, não fazia parte da ciência tradicional, mas despertou curiosidade e entusiasmo em muitos setores da sociedade.
O caso ficou tão conhecido que foi citado em diversos livros e documentários, sendo um dos principais destaques da chamada “inteligência vegetal” nas décadas seguintes. Em 1973, o livro A Vida Secreta das Plantas popularizou a ideia de que os vegetais seriam mais sensíveis e conscientes do que se imaginava, baseado em grande parte nas experiências de Backster.
A controvérsia científica
No entanto, apesar da notoriedade, os experimentos de Cleve Backster nunca foram reproduzidos com sucesso sob rigorosos controles científicos em laboratório. Por essa razão, a comunidade científica considera esses resultados como pseudociência devido à falta de provas concretas e replicáveis. Contudo, ainda assim, os experimentos tiveram ampla repercussão popular, gerando interesse contínuo sobre inteligência vegetal.
Atualmente, pesquisas mais rigorosas em neurobiologia vegetal investigam formas reais pelas quais as plantas se comunicam, respondem a estímulos externos e se protegem de ameaças.
Curiosidades sobre os experimentos
- O caso inspirou livros como A Vida Secreta das Plantas, que virou best-seller nos anos 1970.
- O polígrafo usado por Backster era o mesmo modelo utilizado em interrogatórios policiais.
- Algumas pessoas chegaram a montar experimentos caseiros para tentar repetir os resultados — incluindo estudantes e até espiritualistas.
Conclusão
Embora o experimento de Backster não tenha resistido ao escrutínio científico, ele foi um marco cultural na forma como percebemos as plantas. Ele levantou uma questão fascinante: será que os vegetais têm uma forma de consciência que ainda não entendemos? E mesmo que a resposta ainda não esteja clara, o experimento mostra que a curiosidade — mesmo a mais inusitada — pode ser um ponto de partida para novas descobertas.
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Referências
- Backster, C. (1968). Primary Perception: Biocommunication with Plants, Living Foods, and Human Cells
- Tompkins, P., & Bird, C. (1973). The Secret Life of Plants
- Scientific American — “Do Plants Think?” (2007)
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