Rã-da-madeira congelada sobre uma folha seca durante o inverno – Fonte: Earthly Mission

5 animais que fazem hibernação extrema

Você sabia que alguns animais praticamente “morrem” no inverno e retornam à vida no verão? A hibernação extrema é um fenômeno fascinante da natureza. Descubra como certas espécies sobrevivem ao frio congelante com estratégias que desafiam até mesmo a ciência.

A incrível estratégia de sobrevivência no frio

Para enfrentar o frio intenso do inverno, algumas espécies desenvolveram um comportamento extremo: a hibernação. No entanto, há animais que vão além. Em um estado de torpor profundo, suas funções vitais quase desaparecem. Pulso, respiração, temperatura corporal e até atividade cerebral se reduzem drasticamente — é como se entrassem em um estado de morte temporária.

A seguir, conheça 5 curiosidades sobre esse processo surpreendente.


1. O esquilo-terrestre ártico pode congelar por meses

Esse roedor encontrado no Alasca entra em uma hibernação tão profunda que sua temperatura corporal chega a -3°C, o que o torna o único mamífero conhecido que resiste a esse grau de congelamento. Seus batimentos cardíacos caem para cerca de um por minuto e sua respiração praticamente para. Durante esse período, ele sobrevive sem comer ou se mover. Quando a primavera retorna, ele aquece lentamente e desperta sem sequelas. Estudos com esse animal têm ajudado cientistas a entender como proteger órgãos humanos para transplantes.

O esquilo-terrestre ártico hibernando – Fonte: Discover Wildlife

2. Rãs-da-madeira congelam completamente — e sobrevivem

A rã-da-madeira (Rana sylvatica), nativa da América do Norte, é um dos poucos vertebrados que podem sobreviver ao congelamento total de seu corpo. No auge do inverno, até 70% de seus fluidos corporais podem congelar. O coração para de bater e o cérebro entra em coma. A chave para essa façanha é a produção de glicose e ureia em alta concentração, que atuam como crioprotetores, protegendo os tecidos contra danos. Quando o gelo começa a derreter na primavera, o coração da rã volta a bater sozinho, e ela retoma suas funções vitais.

Rã-da-madeira em estado de hibernação – Fonte: Earthly Mission

3. O peixe-relojoeiro sobrevive sem oxigênio

Habitante de pântanos e lagos gelados da América do Norte, o peixe-relojoeiro (Umbra limi) possui uma habilidade quase inacreditável: pode sobreviver por semanas em ambientes sem oxigênio, em temperaturas próximas ao congelamento. Ele entra em um estado de metabolismo anaeróbico extremamente reduzido, algo raro entre vertebrados. Durante esse período, o peixe queima glicogênio de forma lenta e elimina o ácido lático acumulado transformando-o em etanol, que é expelido pelas guelras. Uma solução química engenhosa para um ambiente letal.

O peixe-relojoeiro
O peixe-relojoeiro sobrevive em um estado de hibernação – Fonte: NBC News

4. O ouriço-cacheiro suspende quase todas as funções

Durante o inverno europeu, o ouriço-cacheiro reduz drasticamente sua temperatura corporal, que pode cair para 5°C, e seu batimento cardíaco despenca de cerca de 190 para 20 por minuto. A respiração também desacelera e ele pode passar vários minutos sem respirar. Esse estado profundo de inatividade metabólica permite que ele sobreviva por meses com pouquíssima energia, queimando suas reservas de gordura acumuladas durante o outono. Se for acordado prematuramente, ele pode morrer de exaustão, pois a retomada das funções exige muito do seu organismo.

O ouriço-cacheiro bebê – Fonte: Discover Wildlife

5. O lêmure-anão de cauda gorda dorme por até 7 meses

Nativo de Madagascar, o lêmure-anão de cauda gorda (Cheirogaleus medius) é o único primata conhecido que entra em hibernação. Durante a estação seca, ele se refugia em ocos de árvore e reduz seu metabolismo a níveis quase imperceptíveis. O mais impressionante é que, mesmo em temperaturas tropicais, ele entra nesse estado para economizar energia — o que mostra que a hibernação não está ligada apenas ao frio. Sua cauda, onde armazena gordura, serve como fonte de energia durante os meses de inatividade. Essa estratégia adaptativa é única entre os primatas e está sendo estudada para entender as possibilidades de indução ao torpor em humanos.

O lêmure-anão fica em hibernação por até 7 meses
O lêmure-anão fica em hibernação por até 7 meses – Fonte: Discover Wildlife

Outras estratégias bizarras de adaptação ao inverno

  • Morcegos entram em cavernas e reduzem ao mínimo suas atividades.
  • Ursos não entram em hibernação completa, mas um estado chamado “torpor” com metabolismo reduzido.
  • Caracóis e anfíbios enterram-se no solo, aguardando o retorno das chuvas e do calor.

O que a ciência estuda nesses animais

Pesquisadores investigam como essas espécies suportam temperaturas tão baixas sem sofrer necrose, infecções ou falência de órgãos. Muitos estudos miram aplicações médicas — como a conservação de órgãos humanos, terapias para trauma, e até missões espaciais em que o torpor poderia reduzir o desgaste físico dos astronautas em longas viagens.


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Referências

Universidade do Alasca Fairbanks – Esquilos-terrestres árticos super-resfriam seus fluidos corporais
Fonte: UAF Centennial

National Geographic – Animais que congelam no inverno e depois descongelam: como sobrevivem
Fonte: National Geographic

National Geographic – Rãs com sangue semelhante a anticongelante: adaptação ao inverno
Fonte: National Geographic

Earthly Mission – A rã-da-madeira sobrevive congelada: uma maravilha biológica
Fonte: Earthly Mission

NBC News – Estudo revela que rãs do Alasca são campeãs em hibernação profunda
Fonte: NBC News

Discover Wildlife – O que é hibernação, como funciona e quais animais a praticam
Fonte: Discover Wildlife

HypeScience – Único grupo vivo do lêmure-anão é descoberto
Fonte: HypeScience

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