Representação artística da Grande Muralha Zel’dovich, a maior estrutura do universo, com bilhões de galáxias conectadas por matéria escura.

A maior estrutura do universo: a Grande Muralha Zeldovich

Imagine cruzar uma imensa muralha cósmica com bilhões de galáxias interligadas. A Grande Muralha Zel’dovich é tão gigantesca que redefine o que entendemos por estrutura no universo. Uma descoberta que abre portas para mistérios sobre a origem do cosmos e a matéria invisível que o sustenta.

O universo emaranhado: quando galáxias formam muralhas

Quando olhamos para o céu noturno, vemos estrelas, planetas e talvez a silhueta da Via Láctea. Mas o que os astrônomos vêm descobrindo é algo ainda mais grandioso: as galáxias não estão dispersas ao acaso, mas se organizam em gigantescas estruturas cósmicas. A maior delas é a Grande Muralha Zel’dovich, um agrupamento colossal que redefine os limites da astronomia.


O que é a Grande Muralha Zeldovich?

A Grande Muralha Zel’dovich, também conhecida como “Zel’dovich pancakes”, é uma imensa estrutura filamentar composta por bilhões de galáxias conectadas por matéria escura. Ela foi descoberta em 2021 por meio de simulações computacionais avançadas e mapeamento tridimensional da distribuição de galáxias no universo.

O nome homenageia o físico soviético Yakov Zel’dovich, que propôs na década de 1970 que o universo teria estruturas em forma de panquecas ou lâminas comprimidas — uma visão surpreendentemente precisa do que hoje conseguimos observar.

Características da muralha:

  • Estende-se por cerca de 1,4 bilhão de anos-luz
  • Inclui múltiplos superaglomerados de galáxias
  • Formada majoritariamente por matéria escura e gás interestelar
a Grande Muralha Zeldovich

Como essa estrutura foi descoberta

A muralha foi identificada por astrônomos liderados por Alexander S. Szalay, utilizando dados do Sloan Digital Sky Survey (SDSS) combinados com algoritmos de inteligência artificial. Eles detectaram padrões de densidade cósmica que se alinhavam formando grandes “planos galácticos”.

A detecção só foi possível graças ao mapeamento tridimensional de milhões de galáxias. Quando essas informações foram plotadas em um modelo 3D, surgiu a imagem surpreendente de uma muralha colossal, composta por filamentos de matéria conectando vastos agrupamentos de galáxias.


Por que essa muralha desafia a ciência

A existência da Grande Muralha Zel’dovich desafia um dos pilares da cosmologia moderna: o princípio cosmológico, que afirma que o universo é homogêneo e isotrópico em larga escala. Uma estrutura tão massiva e localizada pode indicar que o universo não é tão uniforme como se pensava.

Outro ponto crítico: estruturas dessa magnitude não deveriam ter se formado tão rapidamente após o Big Bang, de acordo com os modelos padrão. Isso levanta questões sobre a natureza da gravidade, da matéria escura e até da própria inflação cósmica.


A importância da matéria escura na muralha

Um dos componentes fundamentais para a formação da Grande Muralha Zel’dovich é a matéria escura. Sem ela, seria impossível manter a coesão das galáxias ao longo de bilhões de anos.

Estudos indicam que mais de 80% da massa da muralha é composta por matéria escura, que interage gravitacionalmente, mas não emite luz. Sua presença é detectada indiretamente pela influência gravitacional nas galáxias visíveis.


A muralha não é a única: outras estruturas colossais

Embora a Grande Muralha Zel’dovich seja atualmente a maior, não é a única megaestrutura conhecida. O universo contém outras muralhas e superaglomerados que mostram como as galáxias se organizam em uma “teia cósmica”:

Outras grandes estruturas:

  • A Grande Muralha Sloan (1,37 bilhão de anos-luz)
  • A Muralha Hércules-Corona Boreal (10 bilhões de anos-luz de extensão angular, mas questionada)
  • O Superaglomerado de Laniakea (que inclui a Via Láctea)

Essas formações são como blocos de construção do universo, conectadas por filamentos e separadas por vastos vazios cósmicos.


Curiosidades sobre a Grande Muralha Zel’dovich

  • Se você pudesse viajar à velocidade da luz, levaria 1,4 bilhão de anos para atravessá-la.
  • Ela não é visível a olho nu, pois seu formato só aparece em modelos computacionais em larga escala.
  • Algumas galáxias da muralha estão tão distantes que sua luz começou a viajar antes mesmo da formação da Terra.

Ela pode mudar nossa visão do universo?

Sim. A descoberta da Grande Muralha Zel’dovich sugere que o universo pode ser mais hierárquico e estruturado do que supúnhamos. Isso pode alterar teorias cosmológicas, desde o comportamento da matéria escura até a própria topologia do cosmos.

Além disso, ela reforça o conceito de “teia cósmica”, uma rede invisível de matéria escura que estrutura o universo e da qual as galáxias são apenas pontos brilhantes.


Muito além da Via Láctea: o universo como uma teia viva

A ideia de que vivemos em uma galáxia, dentro de um grupo local, que por sua vez está em um superaglomerado, inserido em uma muralha cósmica… revela a pequenez da nossa posição no cosmos. A Grande Muralha Zel’dovich é mais do que uma curiosidade astronômica — ela é uma janela para os segredos mais profundos da criação do universo.


Explore mais mistérios do cosmos

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Referências do texto e das imagens

As maiores estruturas do universo podem ser uma ilusão
Fonte: Forbes

Qual é a maior coisa já descoberta no universo?
Fonte: Space.com

Conheça o BOSS, a maior estrutura do universo observável
Fonte: Smithsonian Magazine

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