Os experimentos dos ratos que riem
Jaak Panksepp, professor da Bowling Green State University, nos Estados Unidos, liderou uma pesquisa inovadora com o objetivo de estudar emoções positivas em mamíferos, um tema ainda pouco explorado na época. A proposta era simples, mas inusitada: fazer cócegas em filhotes de ratos e observar suas reações.
Para captar qualquer forma de resposta, os pesquisadores utilizaram microfones ultrassônicos, capazes de registrar sons em frequências que os ouvidos humanos não conseguem detectar. Foi assim que descobriram algo surpreendente: os ratos emitiam sons específicos e repetitivos sempre que eram tocados de forma prazerosa, como durante as cócegas ou em brincadeiras com outros ratos.
Esses sons, por volta de 50 kHz, eram produzidos apenas em contextos positivos. Não eram gritos de alerta ou sinais de estresse, mas sim vocalizações associadas ao prazer e ao vínculo social. Para Panksepp, isso indicava que os ratos estavam, de certa forma, “rindo”.

O que a ciência aprendeu com estes experimentos
O estudo de Jaak Panksepp teve implicações profundas no campo da neurociência afetiva, que investiga as bases cerebrais das emoções. A descoberta dos ratos que riem contribuiu para reforçar a ideia de que sentimentos positivos não são exclusivos dos seres humanos.
Através desse experimento, os cientistas obtiveram evidências de que animais sociais, como os roedores, compartilham formas complexas de comunicação emocional, especialmente durante o jogo e a interação com outros membros do grupo.
Além disso, os sons emitidos pelos ratos que riem funcionam como um mecanismo de reforço positivo. Em alguns casos, os animais chegaram a buscar ativamente os pesquisadores para receber mais cócegas, indicando uma memória associativa ao prazer e a construção de vínculos afetivos com os humanos.
Curiosidades sobre os experimentos
- Os sons de riso dos ratos ocorrem por volta de 50 kHz, uma frequência ultrassônica imperceptível para humanos sem equipamentos especializados.
- Em ambientes controlados, alguns ratos passaram a seguir os pesquisadores voluntariamente em busca de mais cócegas, demonstrando uma forma de condicionamento positivo.
- O experimento dos ratos que riem ajudou a ampliar os estudos sobre empatia, vínculo social e até depressão em modelos animais, permitindo avanços em tratamentos para transtornos emocionais.
- A pesquisa inspirou novos testes com primatas, cães e outros mamíferos, todos com o objetivo de entender melhor como as emoções são expressas no reino animal.
Impacto científico e filosófico
O experimento dos ratos que riem também levantou questões éticas e filosóficas importantes. Se animais tão pequenos quanto ratos são capazes de sentir prazer e buscar interações sociais positivas, como devemos tratá-los em ambientes de pesquisa, criação e controle?
A conclusão é que a linha entre humanos e outros animais, em termos emocionais, pode ser mais tênue do que se pensava. Pesquisas como essa reforçam a necessidade de considerar o bem-estar animal não apenas sob uma ótica biológica, mas também emocional.
Conclusão
Por mais estranho que possa parecer, o experimento com ratos que riem ampliou nosso entendimento sobre as emoções nos animais. Ele mostrou que até os roedores, muitas vezes subestimados, têm capacidade para sentir prazer e desenvolver laços afetivos. É a prova de que a ciência, mesmo nos caminhos mais inusitados, pode revelar verdades profundas sobre a vida.
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Referências
Ratos riem quando são feitos cócegas — e é assim que soa.
Fonte: The Telegraph
Cérebros de ratos mostram como as cócegas afetam o humor.
Fonte: National Geographic
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