Cascata de Urupema: quando a água congela
A cidade de Urupema, situada no estado de Santa Catarina, registra um evento climático considerado atípico no contexto brasileiro: o congelamento de uma cascata. O fenômeno ocorre durante os períodos de inverno mais rigorosos e está associado à altitude elevada e às baixas temperaturas da região. O caso tem sido documentado por meteorologistas, veículos de comunicação e pesquisadores.

Localização da cascata de Urupema e suas características
A cascata que sofre congelamento está localizada no Morro das Torres, em Urupema, município da Serra Catarinense. A cidade está a cerca de 1.425 metros acima do nível do mar. Essa altitude contribui diretamente para o registro de temperaturas negativas durante o inverno.
O local é conhecido por apresentar geadas frequentes e, em algumas ocasiões, formação de cristais de gelo em superfícies expostas. A cascata, com cerca de 10 metros de altura, possui fluxo de água contínuo. Durante o inverno, a queda d’água se transforma em estruturas sólidas devido ao congelamento.
Condições necessárias para o congelamento
O congelamento da água ocorre quando a temperatura do ar se mantém abaixo de 0 °C por um período prolongado. Em Urupema, essa condição é atendida em diversas ocasiões ao longo do inverno. A ausência de ventos fortes, o céu limpo e a baixa umidade relativa do ar aumentam a possibilidade de formação de gelo.
O processo começa com o acúmulo de gelo nas bordas das pedras e avança gradualmente para outras áreas da cascata. A água, ao entrar em contato com superfícies já congeladas, sofre solidificação rápida, formando camadas sucessivas de gelo.
Registros documentados da cascata congelada
Os primeiros registros fotográficos da cascata congelada ganharam repercussão em 2012. Desde então, o evento tem sido monitorado anualmente. Em 2021, por exemplo, a cidade registrou temperaturas próximas de -8 °C, favorecendo a repetição do fenômeno.
Em determinados anos, o congelamento parcial ocorre por apenas algumas horas. Em outros, a cascata permanece com grandes porções congeladas durante dias consecutivos. A duração e intensidade do congelamento variam de acordo com as condições meteorológicas.
Casos semelhantes no Brasil
Além de Urupema, outras cidades da Serra Catarinense, como São Joaquim e Bom Jardim da Serra, já registraram congelamentos parciais em fontes, córregos e pequenas quedas d’água. No entanto, a frequência e intensidade observadas em Urupema são superiores.
A topografia da cidade, associada à sua localização no Planalto Sul Brasileiro, contribui para o registro de condições térmicas extremas. Em alguns episódios, foram identificadas formações de gelo também em pastagens, telhados e postes de iluminação pública.
Fatores climáticos determinantes
Diversos fatores contribuem para a ocorrência do fenômeno. Entre eles:
- Altitude elevada: favorece a redução da temperatura do ar.
- Baixa insolação: reduz o aquecimento diurno das superfícies.
- Céu limpo: permite maior perda de calor por irradiação.
- Ventos fracos: evitam a dispersão do ar frio.
- Alta umidade relativa do ar: contribui para a formação de cristais de gelo.
Esses elementos combinados criam as condições ideais para o congelamento da água em movimento, especialmente em superfícies verticais expostas como a da cascata.
Aspectos físicos do congelamento da água
A água líquida congela a 0 °C em condições normais de pressão. Quando em movimento, como no caso da cascata, esse processo pode ocorrer com pequenas variações dependendo da turbulência, da presença de impurezas e da velocidade do fluxo.
Ao atingir uma superfície gelada, a água que escorre pela cascata forma novas camadas de gelo. O fenômeno segue um padrão de crescimento conhecido como acúmulo laminar. As formações resultantes lembram estalactites e colunas, com estrutura alongada e cristalina.
Impacto local e medidas de segurança
Durante os dias de frio intenso, a cascata congelada atrai visitantes e fotógrafos. A prefeitura de Urupema recomenda cautela ao transitar pelas áreas próximas ao local, pois o gelo acumulado nas pedras pode provocar escorregões.
Nos anos em que o fenômeno é mais intenso, há restrições de acesso para veículos e orientações sobre o uso de roupas adequadas. O monitoramento das condições climáticas é feito com apoio de estações meteorológicas instaladas na região.
Diferenças entre congelamento parcial e total
Nem todos os episódios resultam em congelamento total da cascata. Em muitos casos, apenas a superfície lateral da queda d’água sofre congelamento, mantendo o fluxo interno de água.
O congelamento total ocorre apenas em situações de temperatura extremamente baixa por vários dias consecutivos. Em geral, esse nível de congelamento é incomum, mesmo em Urupema.
Documentação meteorológica e estudos
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e institutos privados, como o MetSul, documentam regularmente os fenômenos registrados na Serra Catarinense. A cascata de Urupema é frequentemente citada em boletins de frio extremo.
Pesquisadores também utilizam os dados da região para estudos sobre microclimas e eventos extremos no Brasil. O congelamento da cascata é considerado um exemplo de microevento climático com grande visibilidade.
Comparações internacionais
Fenômenos semelhantes ocorrem em países como Canadá, Estados Unidos e Rússia. Nessas regiões, o congelamento de quedas d’água é mais comum durante o inverno rigoroso. Um exemplo notável é o congelamento parcial das Cataratas do Niágara.
Embora a escala do evento em Urupema seja menor, o fenômeno apresenta semelhanças físicas e climáticas com esses casos internacionais, especialmente na formação de gelo em camadas e colunas.
Observações finais sobre o fenômeno
O congelamento da cascata de Urupema é um exemplo concreto de como o Brasil também apresenta fenômenos climáticos com características extremas, especialmente em regiões de altitude elevada. A documentação desse evento colabora com o estudo da climatologia nacional e amplia o conhecimento sobre a diversidade dos sistemas meteorológicos do país.
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Referências do texto e das imagens
Cascata que congela em Urupema: um espetáculo raro no Brasil
Fonte: Turismo Urupema – Cascata que Congela
Avaliações da atração natural mais gelada do Brasil
Fonte: TripAdvisor – Cascata que Congela (Urupema, SC)