Uma múmia que desafia a morte
Entre corredores escuros e frios de um dos lugares mais inusitados da Itália, repousa o corpo perfeitamente preservado de uma menina que morreu há mais de 100 anos. Seu nome é Rosalia Lombardo, e ela é conhecida não apenas por sua impressionante conservação, mas por algo ainda mais surpreendente: há registros de que ela “pisca” os olhos, lentamente, como se ainda estivesse viva. Esse fenômeno assombrou turistas, assustou visitantes e deixou muitos estudiosos perplexos.
Quem foi Rosalia Lombardo?
Uma morte precoce e um pai inconsolável
Rosalia Lombardo nasceu na Sicília em 1918 e faleceu em 1920, vítima de uma pneumonia fulminante, aos apenas dois anos de idade. Seu pai, profundamente devastado, recorreu a um dos embalsamadores mais renomados da época: Alfredo Salafia. O objetivo era claro: preservar a filha para sempre.
Salafia utilizou uma técnica tão avançada e secreta que o corpo da pequena Rosalia permanece até hoje em estado notável. Seus cílios, cabelos loiros e pele translúcida dão a impressão de que ela está apenas dormindo.
O enigma dos olhos que se movem
O piscar que virou lenda
Ao longo das décadas, visitantes relataram ter visto os olhos da múmia de Rosalia se abrirem e fecharem suavemente, em um movimento lento e quase imperceptível. Em 2009, imagens de câmeras de segurança do Museu das Catacumbas de Palermo mostraram algo impressionante: uma leve abertura nas pálpebras da múmia ao longo do dia.
Essas imagens viralizaram na internet, alimentando teorias de que Rosalia pisca. Alguns acreditam ser um fenômeno sobrenatural. Outros, que há algo mais racional por trás disso.
O que diz a ciência sobre a múmia que pisca?
Explicações técnicas para um mistério milenar
Segundo pesquisadores italianos que analisaram o corpo de Rosalia usando tomografias computadorizadas, os olhos da múmia nunca se fecham completamente. O que acontece, segundo eles, é um jogo de luz e sombra causado pela entrada de luz natural nas Catacumbas e pela posição da cabeça da múmia em relação à fonte de luz.
Assim, a cada mudança na intensidade da iluminação, os olhos parecem se abrir e fechar, criando a ilusão de um piscar. Essa teoria é sustentada por imagens em time-lapse, que mostram as variações ao longo do dia.
A fórmula secreta de Alfredo Salafia
O embalsamamento mais perfeito do mundo
A fórmula usada por Salafia permaneceu um mistério até 2007, quando foi descoberta em seus manuscritos pessoais. O embalsamador utilizou uma mistura de formalina, sais de zinco, álcool, ácido salicílico e glicerina.
O zinco, em especial, foi responsável pela rigidez do corpo e pela aparência vívida. A técnica de Salafia foi tão eficaz que Rosalia se tornou um ícone entre as múmias mais bem preservadas do mundo, comparável até às múmias do Egito Antigo.

Casos semelhantes de “múmias vivas”
Outros relatos que desafiam a lógica
Embora Rosalia seja o caso mais famoso de uma múmia “que pisca”, não é o único. Em museus do México e da Hungria, por exemplo, há múmias que mantêm feições tão bem preservadas que assustam visitantes.
No entanto, o movimento aparente dos olhos de Rosalia permanece único. Nenhuma outra múmia documentada exibe essa ilusão de movimento ocular, o que torna seu caso ainda mais singular e misterioso.
Fatos curiosos sobre a múmia de Rosalia
- Ela é conhecida como a “Bela Adormecida de Palermo”.
- Seu caixão foi recentemente vedado com nitrogênio para evitar a decomposição.
- Seus cílios ainda estão intactos após mais de 100 anos.
- O local onde está exposta é visitado por milhares de pessoas por ano.
- Até hoje, Rosalia é considerada uma das múmias mais realistas do mundo.
Múmia que pisca: mistério, fé ou marketing?
Entre o inexplicável e o interpretável
O fenômeno do “piscar” gerou debates entre teóricos do sobrenatural e especialistas em embalsamamento. Há quem diga que o mistério alimenta o turismo e o fascínio pelo Museu das Catacumbas de Palermo. Outros creem que se trata de uma prova de que nem tudo pode ser explicado pela ciência.
Mesmo com a explicação racional do reflexo de luz, muitas pessoas insistem que o movimento é real. Para alguns, é um sinal espiritual. Para outros, apenas um truque visual amplificado pelas emoções humanas diante da morte.
A beleza e o desconforto do eterno repouso
Rosalia Lombardo continua sendo um elo entre a vida e a morte. Seu olhar fixo, às vezes sutilmente móvel, transmite ao visitante a ideia de que algo ali está “acordado”. O embalsamamento perfeito, o rosto sereno e a narrativa do piscar formam uma aura de beleza e desconforto que permanece viva — ou quase — no imaginário de quem a observa.
Um mistério que resiste ao tempo
Apesar das explicações científicas sobre a luz e a técnica de preservação, o caso de Rosalia Lombardo continua encantando e intrigando. O Museu das Catacumbas de Palermo, com seus milhares de esqueletos e múmias, guarda um dos maiores enigmas modernos ligados ao mundo da morte. Afinal, o que é mais fascinante do que algo que desafia nossa compreensão do que significa estar vivo — ou morto?
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Referências do texto e das imagens
O mistério por trás da múmia que parece piscar no Museu de Palermo
Fonte: Historic Mysteries
Rosalia Lombardo: a criança mumificada que intriga cientistas
Fonte: All That’s Interesting