Por que vemos faíscas ao fechar os olhos?

Você já apertou os olhos com força e viu luzes piscando, como faíscas ou brilhos coloridos? Esses fenômenos intrigantes não são fruto da sua imaginação nem sinal de algo místico. Descubra a explicação científica por trás deles!

O fenômeno que todo mundo já viu sem entender

Mesmo em um quarto completamente escuro, ao fechar os olhos com força ou esfregá-los, é possível ver flashes, pontos luminosos ou formas coloridas se movendo. Esse efeito curioso é comum, mas poucos sabem que ele tem nome e uma explicação neurofisiológica. Essas “faíscas” são chamadas de fosfenos, e revelam muito sobre como o nosso cérebro interpreta a luz — mesmo quando não há luz alguma.

Faíscas ao fechar os olhos provocada pelo Fosfenos

O que são os fosfenos e por que aparecem ao fechar os olhos com força?

O termo “fosfeno” tem origem no grego phos (luz) e phaino (mostrar), e descreve a percepção de luz sem que ela realmente esteja entrando nos olhos. Quando você pressiona os olhos com força, estimula mecanicamente as células da retina. Essa pressão é suficiente para ativar os fotorreceptores — cones e bastonetes —, que transmitem sinais para o cérebro como se estivessem recebendo luz real.

O resultado? O cérebro interpreta essa ativação como um estímulo visual, mesmo no escuro. Isso gera as luzes vistas com os olhos fechados.


Fosfenos e o papel do nervo óptico

A retina e o nervo óptico trabalham em conjunto para converter luz em impulsos elétricos, que são interpretados pelo cérebro como imagens. Quando o olho é pressionado, não há luz envolvida, mas os receptores ainda assim enviam sinais por meio do nervo óptico. O cérebro, incapaz de distinguir o tipo de estímulo, gera imagens — como padrões brilhantes, círculos ou pequenos pontos de luz colorida. Tudo isso é percebido como se algo estivesse de fato iluminando o interior dos olhos.


Quando mais eles podem aparecer?

Além de fechar os olhos com força ou pressioná-los com as mãos, os fosfenos também podem surgir:

  • Ao se levantar rapidamente após muito tempo deitado
  • Durante enxaquecas com aura
  • Ao bater acidentalmente nos olhos ou na cabeça
  • Após esforço físico intenso ou hiperventilação
  • Durante estados de meditação profunda
  • Em sessões de estimulação cerebral, como eletroencefalogramas ou estimulação magnética transcraniana

Essas ocorrências estão ligadas à ativação súbita do córtex visual, não necessariamente à presença de luz real.


O fosfeno na medicina e na neurociência

A percepção de fosfeno tem sido explorada por pesquisadores para entender melhor o funcionamento da visão e a comunicação entre os olhos e o cérebro. Em experimentos com estimulação elétrica do córtex visual, pacientes cegos relataram ver flashes de luz — mostrando que o cérebro pode gerar sensações visuais sem a necessidade dos olhos.

Isso tem incentivado o desenvolvimento de tecnologias como olhos biônicos e implantes neurais visuais, que buscam restaurar a visão por meio da estimulação cerebral.


Fatos curiosos

  • Astronautas relatam luzes espontâneas no espaço, mesmo de olhos fechados, causadas por partículas cósmicas atingindo a retina.
  • Leonardo da Vinci escreveu sobre luzes que surgem quando se pressiona o olho com o dedo.
  • Em algumas culturas, ver luzes com os olhos fechados era interpretado como sinal espiritual ou visão mística.

Esse fenômeno é perigoso?

Na maioria das vezes, não. Os fosfenos são normais e inofensivos. No entanto, se surgirem sem estímulo físico, com frequência elevada, ou acompanhados de dores de cabeça, vertigens ou distorções visuais, é importante procurar um oftalmologista ou neurologista. Eles podem indicar problemas como descolamento de retina, enxaquecas oculares ou alterações neurológicas.


A retina é mais sensível do que imaginamos

Mesmo sem luz, a retina é capaz de registrar estímulos mínimos — como pressão ou mudanças bioquímicas. Essa sensibilidade extrema faz parte do motivo pelo qual conseguimos enxergar em ambientes escuros com pouca luz, e também por que vemos essas faíscas inesperadas.

Além disso, durante o sono REM, o cérebro continua ativo e envia sinais à retina, o que pode gerar pequenos flashes espontâneos enquanto estamos dormindo ou despertando.


Fosfenos, arte e espiritualidade

Alguns artistas, como William Blake, afirmavam conseguir “ver luzes divinas” ao meditar ou sonhar. Muitos estudiosos acreditam que essas luzes descritas por místicos podem ser simples fosfenos causados por estimulação neurológica interna.

Já na arte moderna, movimentos como o arte cinética e o op art buscaram reproduzir visualmente os padrões que lembram fosfenos, como círculos pulsantes, linhas em espiral e efeitos ilusórios que imitam as luzes vistas com os olhos fechados.


Fosfenos provocados artificialmente: experiência sensorial

Hoje, existem capacetes e óculos de estimulação sensorial que induzem fosfenos com luzes pulsantes e vibrações. Eles são usados em experiências psicodélicas visuais sem drogas e também em terapias alternativas.

A ideia é usar estímulos controlados para “ativar” os centros visuais do cérebro, promovendo relaxamento, inspiração ou estados alterados de consciência.


Cuidado com esfregar demais os olhos

Embora seja tentador pressionar os olhos para “ver as luzes”, o hábito constante de esfregar os olhos pode ser prejudicial. Ele aumenta o risco de:

  • Infecções oculares
  • Lesões na córnea
  • Aumento da pressão intraocular
  • Desenvolvimento de ceratocone (deformação da córnea)

Portanto, se você sente necessidade de esfregar os olhos com frequência, procure orientação médica.


Visão além da luz: o cérebro também “enxerga”

Essas luzes internas mostram algo fascinante: não vemos apenas com os olhos, mas principalmente com o cérebro. Os fosfenos revelam que o cérebro pode criar imagens a partir de estímulos diversos, até mesmo sem a presença de luz externa.

Eles são um lembrete de como nossa percepção visual é uma construção complexa entre sensores, nervos e processamento cerebral — e que ver não é apenas abrir os olhos, mas interpretar sinais que muitas vezes vêm de dentro.


Agora você já sabe o que são essas faíscas!

A próxima vez que você fechar os olhos com força e ver uma chuva de brilhos coloridos, lembre-se: não é mágica, é neurociência. Os fosfenos são como pequenos lembretes de que nosso corpo está cheio de fenômenos surpreendentes e que ainda há muito a ser descoberto sobre o que acontece quando apagamos as luzes, mas o cérebro continua aceso.


Continue descobrindo os mistérios do corpo humano!

Se você gostou de entender esse fenômeno curioso, explore também:

Acesse nossa categoria Corpo Humano e surpreenda-se com o que seu corpo é capaz de fazer!


Referências do texto e das imagens

Por que vemos “estrelas” repentinas nos olhos
Fonte: Verywell Health

O que são os clarões nos olhos? Causas e preocupações
Fonte: KC Retina Associates

Clarões e manchas: o que significam para sua visão
Fonte: Inner West Eye Surgeons

Clarões de luz no canto do olho: o que pode estar acontecendo?
Fonte: Healthline

Copyright © 2025 Curiosidade Ilimitadas. Todos os direitos reservados.