As pirâmides do Egito, símbolos eternos da antiguidade, continuam a alimentar teorias e fascínio. Recentemente, uma série de reportagens internacionais, como as publicadas pelo Daily Mail e pelo The Sun, sugeriu a existência de uma possível estrutura subterrânea gigantesca sob o solo da planície de Gizé.
Segundo as análises feitas com tecnologia de radar, a formação subterrânea mede cerca de 640 metros de extensão. Além disso, ela apresenta padrões geométricos complexos, o que levou alguns pesquisadores a especularem que poderia se tratar de uma antiga cidade ou estrutura ritual. No entanto, é fundamental destacar que não há validação científica oficial até o momento. As informações permanecem no campo da notícia, e não da confirmação acadêmica.

Imagem tomográfica tridimensional da estrutura – reprodução Khafre Research Project SAR Technology – Fonte: Daily Mail
Como surgiu essa possível descoberta sob as pirâmides
De acordo com os relatos divulgados, a equipe utilizou GPR (radar de penetração no solo) e tomografia sísmica tridimensional para mapear o subsolo da região. Essas tecnologias, embora amplamente usadas na arqueologia moderna, não substituem escavações físicas, mas fornecem indícios importantes sobre o que pode estar enterrado.
As imagens captadas revelaram câmaras subterrâneas, corredores longos e estruturas retangulares a profundidades de até 20 metros. Com base nesses dados, estima-se que a rede possa se estender por mais de 640 metros na horizontal. Ainda assim, os próprios cientistas envolvidos reforçam que é necessário escavar para comprovar a origem e a função dessas formações.
Novos elementos sob a Pirâmide de Quéfren
Além da área da Grande Pirâmide, outra região despertou grande atenção: o subsolo da Pirâmide de Quéfren. Conforme divulgado pela porta-voz do projeto, Nicole Ciccolo, os pesquisadores localizaram oito formações semelhantes a pilares, enterradas sob a base da pirâmide.
Mais surpreendente ainda foi a detecção de dois poços cilíndricos com cerca de 640 metros de profundidade, algo inédito em descobertas desse tipo. Segundo Ciccolo, esses poços parecem conter caminhos em espiral que levam a duas câmaras cúbicas gigantes, cada uma com aproximadamente 80 metros de largura.
Durante uma entrevista coletiva, Ciccolo declarou:
“Este estudo redefine os limites da análise de dados via satélite e da exploração arqueológica.”
Embora a declaração tenha gerado entusiasmo, diversos especialistas alertam que os dados devem ser interpretados com cautela. Afinal, ainda não há nenhuma escavação ou documentação técnica revisada que sustente as afirmações.

O que mais as imagens mostram sob as pirâmides
Além dos elementos destacados, os dados geofísicos também revelaram:
- Corredores extensos, possivelmente conectando câmaras menores
- Câmaras retangulares com até 15 metros de comprimento
- Um salão central de 30 metros de comprimento por 12 de largura
- Estruturas verticais, como rampas ou escadarias, que sugerem múltiplos níveis
De acordo com os especialistas envolvidos, o padrão de simetria e organização das estruturas não se assemelha a formações naturais. Por isso, muitos acreditam que a origem pode ser artificial. No entanto, essa hipótese só poderá ser confirmada com escavações e análises físicas in loco.
A estrutura seria mais antiga do que as pirâmides?
Algumas estimativas iniciais apontam que a possível estrutura subterrânea pode ter sido construída antes das próprias pirâmides, entre 3000 e 2600 a.C.. Se isso for comprovado, toda a cronologia da ocupação de Gizé poderá sofrer uma revisão profunda.
Entretanto, sem datações por carbono ou vestígios arqueológicos materiais, é impossível definir a idade da estrutura com precisão. Portanto, por enquanto, essa teoria deve ser vista como especulativa.
Como a comunidade científica reagiu à notícia
A repercussão da notícia dividiu opiniões. Enquanto uma parte da comunidade científica pede prudência, outra vê com entusiasmo a possibilidade de uma nova fase na arqueologia egípcia. Afinal, mesmo que a estrutura não seja uma cidade subterrânea, ela já levanta questionamentos relevantes.
O egiptólogo Marcel Lebrun afirmou ao The Telegraph:
“Nunca se observou em Gizé um padrão tão regular abaixo do solo que não estivesse ligado à atividade humana.”
Apesar disso, Lebrun e outros especialistas reforçam que a única forma de confirmar a natureza da formação é com escavações sistemáticas. Até lá, todas as interpretações continuam sendo possibilidades, e não fatos.
E agora? O que pode acontecer a seguir?
Atualmente, a equipe responsável pela descoberta busca autorização do Ministério das Antiguidades do Egito para conduzir escavações controladas. Caso o governo egípcio aprove o pedido, os cientistas poderão coletar amostras do solo, identificar possíveis artefatos e determinar a origem das estruturas.
No entanto, nenhuma escavação foi iniciada até agora, e não existe, até o momento, um cronograma oficial. A próxima etapa dependerá tanto das aprovações formais quanto do financiamento internacional.
O que pode haver sob as pirâmides?
Ainda que as evidências sejam preliminares, os pesquisadores levantam hipóteses para o uso da estrutura, como:
- Um templo subterrâneo ou santuário cerimonial
- Um centro de administração religiosa ou política
- Uma cidade ritualística perdida
- Ou simplesmente formações geológicas incomuns e mal interpretadas
Assim, enquanto a comunidade aguarda novas informações, o subsolo de Gizé permanece envolto em mistério.
Conclusão
As pirâmides do Egito, sem dúvida, seguem como um dos maiores enigmas da história humana. Por isso, qualquer nova pista sobre o que pode estar escondido sob sua base desperta enorme interesse. A possível descoberta de uma cidade subterrânea com 640 metros de extensão — além de poços profundos, câmaras amplas e pilares ocultos — amplia significativamente o campo de interpretações e especulações.
Ainda assim, é essencial lembrar que, até o momento, nenhuma dessas informações foi validada por escavações físicas ou estudos científicos revisados. Ou seja, embora os indícios sejam intrigantes, ainda carecem de comprovação técnica.
Portanto, apesar do entusiasmo que essa notícia provoca, trata-se de uma hipótese fascinante, porém ainda não confirmada. Enquanto isso, o Egito, como sempre, continua a alimentar a curiosidade, a imaginação e o fascínio de todos aqueles que se encantam com os mistérios milenares da Antiguidade.
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Referências
Arqueólogos afirmam ter descoberto cidade subterrânea sob as pirâmides do Egito.
Fonte: O Globo
Cientistas descobrem vasta cidade sob a pirâmide de Gizé, no Egito, com estruturas misteriosas.
Fonte: Daily Mail
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